Internacional
19.10.2021
Powell: “Não tenha pena de mim”.
Na última conversa do general da reserva Colin Powell com o jornalista Bob Woodward, em julho, publicada nesta terça-feira pelo Washington Post, ele diz que está com câncer de mieloma múltiplo e doença Parkinson, mas que “no restante estou bem”.
Aí, então, acrescentou: “Não sinta pena de mim, pelo amor de Deus! Tenho [84] anos. Eu não perdi um dia de vida lutando contra essas duas doenças. Estou em boa forma.”
Colin Powell, que morreu ontem de Covid-19, tinha tomado duas doses da vacina, mas suas doenças tiraram-lhe a imunidade contra o vírus.
Hoje ele está na capa dos principais jornais americanos, como “o soldado”, “o inovador”, “o diplomata”, “o primeiro negro a presidir o Estado-Maior conjunto das Forças Armadas”, “o primeiro negro a ser o secretário de Estado” — equivalente a ministro de Relações Exteriores. Para os exames que médicos lhe pediam, ele ia ao centro Médico Militar dirigindo sua Corvette.
Nas conversas com Woodward, Powell disse que os Estados Unidos teriam que se retirar do Afeganistão.
“Não podemos vencer esse pessoal. Então, vamos acabar com isso. Não podemos baixar de 100 mil soldados para algumas centenas e achar que vamos prevalecer.”
Outra declaração de Powell a Woodward merece ser lembrada: “Como alguém acha que a Coreia do Norte poderia nos atacar sem que a destruíssemos na manhã seguinte?”
E continuou: “A mesma coisa com o Irã. Irã e Coreia do Norte não podem ser nossos inimigos porque não podem sustentar os resultados do conflito. Vamos ficar aterrorizados por eles? Não.”
Woodward lembra que um líder é, às vezes, suicida, referindo-se a Kim Jong-un.
“É verdade, verdade… Os chineses não deixariam que iniciássemos uma guerra com a Coreia do Norte. Eles amam a Coreia do Norte. Eles querem a Coreia do Norte. Eu não. A Coreia do Norte não me preocupa. Deixe esse pequeno idiota (Kim Jong-un) fazer suas paradas. Ele nunca vai nos atacar porque sabe que seria um suicídio assistido”.
(capas via kiosko.net)