COP-26
01.11.2021
Um minuto para a Terra
O relógio do primeiro-ministro britânico Boris Johnson está marcando um minuto para a meia-noite. Ele conta para os 120 líderes mundiais reunidos na COP26, em Glasgow, na Escócia, que está faltando um minuto para o cataclismo, se não, juntos, congelarem os ponteiros. Já o jornal The Scotsman é mais otimista, como mostra sua manchete: “12 dias para salvar o mundo”. Há dúvidas de que o mundo será salvo em um minuto ou 12 dias.
Os 120 chefes de estado ou de governos ficarão em Glasgow só até amanhã, terça-feira. As equipes deles continuarão debruçadas em busca de acordos por duas semanas. Mas o líder do principal poluidor do mundo, a China, não está presente. Xi Jinping escreveu uma carta, exposta no site da COP26. Bolsonaro e Valdimir Putin também só comparecem com seus ministros, um porque foge das críticas e outro por causa do pico de Covid19 na Rússia.
Nesta segunda-feira deverão falar o naturalista David Attenborough e o príncipe Charles. A rainha Elizabeth II gravou uma mensagem, como anfitriã do encontro, que será passada nos telões da COP26, pois ela foi proibida por médicos a sair do recomendado repouso de duas semanas. O presidente Biden quis mostrar que a Casa Branca volta ao minuto antes da meia noite com tudo: praticamente, todos os seus secretários, equivalentes a ministros, o acompanham. A ideia é superar os quatro anos em que Trump tirou o país de todas as reuniões internacionais sobre clima.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, quer deixar para três netas a certeza de que fez tudo para não lhes dar a herança de um mundo em ruinas. Quero que elas saibam que fiz tudo para alcançar a paz com a natureza. A ansiedade do minuto final de Boris Johnson, o peso da volta americana no horizonte do clima e a esperança de Guterres contrastam, porém, com um senso de fracasso pairando no ar, percebido pelo jornal Washington Post.