COP-26
16.11.2021
COP-26 mantém o mundo ameaçado
A cúpula do clima em Glasgow mantém o mundo ameaçado: ao ser encerrada, neste sábado, fracassou
em limitar a 1,5 graus centígrados o aquecimento da Terra, a meta mais ambiciosa fixada pelo acordo de
Paris, em 2015.
“A diferença entre 1,5 e 2 graus é uma sentença de morte para nós” — disse Aminath Shauna, o
ministro do Meio Ambiente das Maldivas. “O que é equilibrado e pragmático para outros países não
ajudará as Maldivas a se adaptar a tempo. Será muito tarde.”
Duas semanas de negociações, que avançaram para o tempo extra neste sábado, não foram suficientes
para aplainar as diferenças. No último minuto a China e a Índia propuseram uma mudança no texto final,
livrando-as de eliminar o uso do carvão. Ambos os países se comprometeram apenas em reduzir
gradualmente o uso de carvão. O acordo insiste em que os países desenvolvidos ajudem os países
vulneráveis a enfrentar os custos da mudança do clima.
Os organizadores da Cop26 reconheceram que o encontro em Glasgow não alcançou o que era
esperado. Mas disseram que conseguiram criar um mapa para um futuro seguro ao manter vivo o limite
de 1,5 graus. A temperatura já está a mais de 1,1 graus centígrados, o que já tem causado estragos em
todas as partes, com inundações, incêndios e secas.
O que será a vida em 2050? perguntou Frans Timmermans, o principal representante da União Europeia
na Cop26. Ele esperava que a reunião de Glasgow produzisse “um mundo que é habitável”, que seu
neto “vai viver em uma economia limpa, com ar limpo, em paz com o meio ambiente”. Para ele, “se
falharmos nos próximos dois anos, ele (o neto) lutará com outros seres humanos por água e comida;
essa é a dura realidade que enfrentamos”.
O acordo final de Glasgow reconheceu a realidade científica de que brecar as mudanças climáticas
exigirá que as nações reduzam pela metade as emissões de gases na próxima década, em vez de
apenas se comprometerem a zerá-las.