Internacional
27.09.2021
ELEIÇÕES NA ALEMANHA, PARA COLORIR.
Os dois partidos peso-pesado da Alemanha, o Social-Democrata (SPD) e o União Democrata (CDU), começam a costurar coligações para ganhar o poder que não lhes foi dado pelo voto de domingo. Mais acertado seria falar em “colorir” e não “costurar”, pois cada partido tem sua cor. Vejam:
COLIGAÇÃO SEMÁFORO: vermelho, amarelo e verde. Será o caso de uma aliança entre o SPD, o Partido Democrata Liberal (FDP) e o Partido Verde. Este bloco deve ser a primeira tentativa de Olaf Scholz, SPD, que obteve pequena vantagem sobre Armin Laschet, CDU, o partido de Angela Merkel.
COLIGAÇÃO JAMAICA: preto (CDU), amarelo (FDP) e verde (Grüne), como a bandeira jamaicana. Em 2017, a coligação Jamaica esteve muito perto do poder, até que o líder liberal a rejeitou.
COLIGAÇÃO QUÊNIA: ela seria formada pelo SPD, CDU (juntos sob a liderança de Angela Merkel) e mais o Partido Verde.
Para além das cores, Olaf Scholz (SPD) é quem parece ter mais condições de suceder a Merkel, de quem foi ministro de Finanças. No domingo, depois das projeções que o deixaram à frente de Laschet, ele declarou que “está claro que muitos eleitores votaram nos socialdemocratas porque querem mudanças”.
Esta palavra, mudança, é destacada pela editora-chefe da Deutsche Welle, Manuela Kasper-Claridge. Para ela, “o voto dos eleitores deixou uma mensagem clara: chega das concessões mínimas da última grande coalizão, é hora de mirar as grandes tarefas — proteção climática, digitalização e a necessária modernização do país”. E mais: “Em todas as coalizões concebíveis, tanto os verdes quanto os liberais terão influência. Nada vai funcionar sem eles. E isso é uma coisa boa. Um novo centro liberal pode até surgir a partir disso.”
A dúvida é se a chanceler Angela Merkel, que continua no poder até a formação de um novo governo, fará este ano mais um discurso no Natal, ou se já estará gozando de sua merecida aposentadoria. (Ilustração com as coligações possíveis, baseada em dados do Ifo Institute, ZEW e Bloomberg)