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Cultura

Embrulhado para presente

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Sei que vou mexer em vespeiro, mas não me comovo com essa obra póstuma do Christo e de sua mulher Jeanne, ambos já falecidos: embrulhar o Arco do Triunfo durante uns poucos dias, e depois desembrulhar tudo de novo.
Faltam 2 dias para o Arco em versão Christo ficar totalmente pronto.
A ministra da Cultura garante que é um presente formidável para os parisienses e para todos os amantes de arte. Será?
A história vem de longe. Christo sonhava em embrulhar o Arco desde os anos 60, quando fugiu da Bulgária comunista e veio para Paris com a mulher Jeanne, indo os dois morarem num quartinho — adivinhem! — a poucos metros do Arco.
O mundo deu voltas, Christo embrulhou o Pont-Neuf, jogou quilômetros de tecido cor-de-rosa em ilhas da Biscayne Bay em Miami, fez uma instalação de tecido flutuante num lago da Itália, e finalmente preparou o projeto do Arco — aquele mesmo que Napoleão mandou construir nos idos de 1810 para comemorar suas vitórias militares.
Os favoráveis dizem que, se o embrulho ficar feio, ou mesmo esquisito, tem o mérito de durar pouco. Pois dia 3 de outubro começa tudo de novo: tiram-se os 25 km2 de tecido, as vigas, os 3 km de cordas, as passarelas, et voilà.
O embrulho efêmero custou a bagatela e 14 milhões de euros. Tudo, juram, totalmente autofinanciado, e sem nenhuma subvenção pública, graças à venda de obras originais de Christo, esboços preparatórios, lembranças, litografias etc.
O tecido, reciclado, muda de cor dependendo da luz, passando do branco ao azulado e ao prateado. Quem estiver em Paris, pode levar uma amostrinha — um quadradinho de dez cm de lado — para casa. Recuerdos de um Arco empacotado.

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