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Cultura

— O escritor, o sociólogo e as mulheres

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Ando mergulhada numa caixa que encontrei cheia de entrevistas que fiz, vida afora, e há muitos anos, com escritores: romancistas, em geral, mas também cientistas sociais.
Hoje reli duas delas.
Uma foi com o craque do romance policial, Georges Simenon, que entrevistei nos anos 70.
A outra foi com o sociólogo liberal-conservador Raymond Aron, que entrevistei nos 80.
Um e outro estavam na fase da vida em que ensaiam balanços do que fizeram de bom e de menos bom, digamos.
Um e outro falaram de mulheres.
Aron, quando lhe perguntei que conselho daria a um jovem, respondeu: “Que ele se fixasse objetivos modestos e pragmáticos. Se ainda assim acreditasse ser possível mudar a vida, então que encontrasse um lugar em que a sociedade imperfeita o fosse um pouco menos. E se isso não bastasse, lhe diria que mais vale amar apaixonadamente uma mulher do que amar apaixonadamente uma ideologia.”
Simenon, quando lhe perguntei se era verídica a fama que tinha de Don Juan, me disse: “Passei noites dançando e fazendo amor com mulheres que não conhecia. Tive uma sexualidade desenfreada, achava que só se conhecia uma mulher depois ir para a cama com ela. Mas posso jurar que só conheci a verdadeira sexualidade aos 60 anos”.
Entrevistar escritores foi das minhas grandes satisfações no jornalismo. São uma gente notável!

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