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Vem de longe

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Vem de longe
Jornalista tem mania de guardar jornal. Não é má ideia, jornal velho costuma ser muito instrutivo.
Há um tempo caí neste Jornal do Brasil de outubro de 1993. Leio: o deputado Jair Bolsonaro acusa o então governador paulista Luiz Antonio Fleury de tentar comprar deputados para aumentar a bancada do seu partido, o PSD. A compra era chamada de “aliciamento”. O pagamento era em dólar. Bolsonaro alega que ganharia 20 mil dólares de presente pela filiação, 5 mil mensais durante seis meses, e duas parcelas de 10 mil e 20 mil dólares.
Esta é a versão do Bolsonaro. Mas o intermediário da transação, o malfadado deputado paranaense Onairaves Moura, disse que, muito pelo contrário, era Bolsonaro que exigia algo — e que algo! — em troca para entrar para o PSD. Não só a grana mas “ser lançado presidente da República pelo PSD para permanecer na bancada”. Fleury ficou brabo: “Bolsonaro é um homem que não tem o menor respeito pelas instituições, pois pregou o fechamento do Congresso”.
O bate-boca se passou há mais de um quarto de século. Vem tudo de muito longe. Só não viu quem se fez de cego, ou quem achava que era “uma escolha difícil” (dificil, né, sr. editorialista do Estadão?) a da eleição de 18, entre Fernando Haddad e o traste.

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